sexta-feira, 31 de outubro de 2008

PROFESSORA, DÓI. APRENDER DÓI!

Hoje, ainda com letras móveis...

__Professora, dá uma dificuldade, uma coisa estranha...

__ O que, Lcs?

__ Aprender, professora.

___ Você quer dizer que dói?

___ Isso, prô.

___ É mesmo, Lcs, aprender dói. Mas depois, você aprende e nunca mais esquece. E sempre que você aprende, fica mais fácil aprender.

__ É, professora.


Lucas é um menino lindo, que aprende agora a ler e escrever. Passei boa parte desse ano tentando convencê-lo que ele pode aprender, que é inteligente etc. Esse garoto foi criado como sendo "doente", incapaz. Foi uma luta conseguir que ele pensasse o contrário daquilo que tinha ouvido, sempre. Hoje, fiquei feliz com sua afirmação. De repente, ele percebeu que tem condições de aprender sim, que aprender requer esforço, dedicação, mas que é possível e próximo dele.

É Lcs, aprender dói, não uma dor igual uma dor de dente, nem uma cólica menstrual, neh? Creio que a superação do sincretismo que provoca um desconforto. Superado esse momento, o aprender dá um enorme prazer.

Lcs, Lcs, finalmente, meu amigo, você liberou-se para o aprendizado.

Parabéns, gato!

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Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp