domingo, 31 de maio de 2009

OS SENHORES DE MINHA SALA

Tenho muitos senhores na minha sala. Tenho também várias senhoras. Todos nas idades de seis e sete anos. Temos o senhor Dg, o sr. Lndr, o sr. Hrq, a sra. Ewlln e por aí vai. A maioria sem os dentes na frente, indicando o término da primeira infância. Hoje, no entanto, falarei de alguns.

Começarei a falar do grupo dos quatro: Wlln, Dnl, Jffsn e Gbl. Esses meninos me tiram do sério porque conversam muito em sala de aula. Gosto de vê-los unidos e admiro a amizade deles. Vira e mexe sai uma briga entre eles, mas logo, logo, voltam a se falar. Esses garotos chegaram tímidos e sem nada saber. Seus cadernos no começo demonstravam bem o nível em que se encontravam. Agora, por terem avançado, sinto um enorme orgulho de ver que alguns, desses quatros, já lêem. Fico encantada com isso. Amo o momento em que eles descobrem a leitura. Amo!

Um dia, Wlln aprontou muito em sala de aula. Sei lá porque, ele estava irritado, brigou com os colegas, perturbou todo mundo e eu briguei com ele, além de mudá-lo de lugar. Aí, brava, eu perguntei:

___ Senhor Wlln, o senhor acha certo isso? O senhor acha bonito se comportar desse jeito?

Ele, cabisbaixo, respondeu:

___ Não, professora!

___ Ora, senhor Wlln, se sabe o que é certo, por que faz o errado???

Ele, ainda olhando para baixo, não respondeu. Minutos depois, veio ao meu encontro, perguntando:

___ Professora, a senhora ainda está de mal de mim? Nisso, ele já estava me abraçando...

___ Não, Wlln, não estou de mal de você. Agora, volte para teu lugar e faça tua lição!

___ Tá, professora!

E, lá foi ele...

Ainda vou falar sobre o restante do grupo dos quatro. Jffsn é uma graça, super pequenino e educado. Dnl é super engraçado, mesmo sem querer fazer graça. Quando eu digo: volte para o teu lugar, agora! Ele sai correndo e seu cabelinho mexe pra lá e pra cá. Gbl é o mais sabido dos quatro e o que mais me respeita. Com ele, não preciso falar nada. É só chegar perto e olhar sério que ele entende a minha mensagem.

É um grupo conversador, um pouco indisciplinado, mas que, nem sei como, consegue terminar as lições e consegue progredir.

Ainda terei bons momentos com esses quatro. Assim espero.

2 comentários:

Unknown disse...

ai q lindos!!!

quero ir conhecer tua turma, irei logo menos tá, to fikando menos cansada ultimamente, enttão logo logo irei!!

eles devem ser lindos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

nádia disse...

ah q fofinhos!!!
um dia irei ve-los!!

Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp