segunda-feira, 21 de abril de 2008

FILHO, VOCÊ NÃO SERÁ NINGUÉM, NA VIDA!

___Prô, eu estou indo bem em Matemática, neh??

___É sim, Al, você está bombando em Matemática.

___ Prô, quando crescer eu quero ser professor de Matemática.

___ Nossa, super legal isso, Al. Você pode ser especialista em computador, também, ou o que mais você quiser.

__ Prô, minha mãe disse que eu NÃO ia ser ninguém na vida, porque não sabia ler nem escrever. Mas agora já sei ler e sei TUDO de Matemática. Sabe, prô, minha mãe está enganada, EU VOU SER ALGUÉM, SIM!

___ Ô gatão, você JÁ é alguém, agora criança. Quando você crescer, você poderá trabalhar naquilo que quiser, é só se preparar, trabalhar pra isso. Mas, cara, VOCÊ JÁ É ALGUÉM!

___ É, prô.

___Prô...

___Diga, AL.

___ Prô, me dá um beijo?

___Vem cá, que eu vou te dar muitoooossssss beijos...

Agarrei meu aluninho e dei um monte de beijos nele. De repente, só ouço uns gritos:

___ Prô, eu também quero! Eu, também, prô! Dá dois em mim???

___Cinco reais cada beijo!

Obaaaaa, vou ficar rica!!!!

Um comentário:

Nelson Frediano Junior disse...

A tua sensibilidade com as crianças chega a me encantar!
Quem derá minhas calças fossem curtas, minha altura um metro e vinte, minha idade nove anos e eu entraria na fila do beijo!

Parabéns pelas postagens. Mostram o carinho e o amor que vc. tem dentro.

Beijo.

Nelson

Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp