Quando li esse trecho no livro da professora Sonia Parente, com dor reconheci alunos meus nessa situação. São crianças inibidas, retraídas, que desconhecem ou não têm acesso ao seu potencial criativo. Simplesmente nada fazem quando solicitadas a algo de desejo próprio, não conseguem criar, imaginar, relaxar.
Quando há falhas do ambiente no suporte ao desenvolvimento, o ser humano utiliza-se dos mecanismos de defesa (Freud), organizados pelo pensamento da criança, que substitui a mãe suficientemente boa (Winnicott).
Essas crianças angustiadas parecem não ter idéias, são inibidas intelectualmente, resultado da falha do ambiente numa época de dependência absoluta, quando bebezinhos. Há necessidade de tratamento e intervenção nesses casos.
Fiquei lendo Sonia Parente e recordando algumas reclamações ouvidas, referindo-se a alunos: eles não fazem nada porque são safados, ou, esse aqui vai tirar nota vermelha, já que quando eu peço para fazer algo, apresenta tudo em branco, nem sabe pensar, não quer fazer, credo!!
Mal sabem que atrás de um problema de aprendizagem, uma inibição intelectual, há razões sérias (tratáveis, mas sérias), que não se resolvem com uma classificação simples como safado. Nós adultos, inclusive, já vivenciamos o bendito "branco" numa hora de avaliação, não é? Por que, então, crucificar as crianças?
Estamos numa época tão diferente, mas, infelizmente, muitas posturas pedagógicas não mudam e o aluno, como antigamente, é sempre o culpado de tudo.
Pena...
*PARENTE, Sonia Maria B.A., Pelos caminhos da ilusão e do conhecimento – Uma fundamentação teórica na clinica da aprendizagem a partir de D.W. Winnicott, São Paulo, Casa do Psicólogo, 2003.

2 comentários:
hum..........
e os pequenos sofrem mais ainda levando a culpa....
Assino em baixo. Gostei da visão.
Ah! Ia me esquecendo: Tens que mudar o seu perfil. Ficou datado.
Beijo.
Nelson
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