domingo, 8 de junho de 2008

CONFORMISMO...(CREDO)

No começo do ano:

___Não me conformo que esses alunos da quarta série, repetentes, não diferenciem vogais de consoantes.

Resposta de algumas colegas:

___ Você não sabe que na escola pública é assim mesmo??

___ São alunos safados que não fazem nada em sala de aula.

___ Você está com esses alunos porque escolheu. Problema teu!

___ Também, esses alunos só brincam e brigam em sala de aula...

___ Culpa dos pais deles.

___ Também, as mães desses alunos não estão nem aí.

___ Não aprenderam porque não quiseram!

Sinto muito, caros colegas. A situação é grave. Meus alunos estão há cinco anos, no mínimo, na escola. Impossível que essas crianças sejam responsáveis por esse quadro horroroso. Percebo, diariamente, que meus alunos capetinhas, tornaram-se assim por incentivo de algum adulto, em algum momento, numa situação de reforço. Percebo, também, que esses alunos resistiram muito e ainda resistem às minhas negativas, a não aceitação de um personagem que lhes fora imputado.

Sou inconformada, luto para mudar a situação dessas crianças. Por enquanto, algumas ainda temem a mudança e resistem. No final, tenho certeza, que todos sairemos ganhando.

Um comentário:

Nelson Frediano Junior disse...

Oi Beth!

Platão dizia "O homem nasce bom, a sociedade o corrompe".
Faço minhas as tuas palavras e se existe um culpado esse ou esses têm mais idade.
Siga no seu incormomismo. Haverá mudança.

Beijo.

Nelson.

Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp