domingo, 29 de junho de 2008

LAVANDO A ROUPA SUJA

__ Professora, você tem que mudar. Você não sabe dar aulas. Teu discurso é lindo, mas na prática você é...

__ Como você afirma isso? Você não me conhece, nem como profissional nem como pessoa, nunca foi na minha sala de aula, desconhece os problemas enfrentados por mim com meus alunos nem sabe de minha proposta de trabalho e de meus recursos. Aliás, se você afirma isso com tanta certeza, deve ter se baseado na fala de outra pessoa e isso prá mim não vale. Não considero maledicência.

O pior é que naquele momento eu estava perdida, doida, assustada com tanta violência entre os alunos e para comigo. Diariamente, um aluno socava o outro, havia guerra de tudo o que se possa imaginar, xingamentos de todo o tipo, sinais obscenos e agressões verbais dirigidas a mim. Foi horrível.

Estamos em junho e o resultado do meu trabalho é bastante positivo. Consegui mudar o quadro inicial, mesmo diante das críticas. Sinto-me segura, sei onde quero chegar e os recursos que utilizo para esse fim. Profissionalmente falando, não aceito acusações. Sugestões e até algumas críticas são bem vindas já que me levam à reflexão.

Aliás, sugiro a leitura de:
Anton Makarenko - Poema Pedagógico
Henri Wallon - em sua Teoria Psicogenética e a importância do afeto (de afetar positiva e negativamente)
Jean Piaget - em sua Teoria do Conhecimento - Epistemologia Genética, além da Sanção Por Reciprocidade.
Lev S. Vygotsky - Toda sua teoria, em especial, o papel do professor interferindo na zona proximal do aluno, para que o avanço ocorra.
Alexander R. Luria - em sua concepção da organização cerebral - livro de Marta Kohl
Alexei N. Leontiev - em sua teoria da atividade - no livro de Marta Kohl
Emilia Ferreiro, Délia Lerner, Telma Weiss, M.H.Souza Patto e outros autores.

Realizei alguns projetos/pesquisas sobre a importância do afeto da mãe e da professora na aprendizagem dos alunos. Sugiro esses estudos, também.

Bom, finalizando, eu não mudei. Na verdade, mudei sim, quando necessário, já que faço uso da prática reflexiva em minha atividade pedagógica. Sinto muito se incomodo algumas colegas da escola, e se motivei, de alguma forma, uma confusão tão grande a ponto de ser uma ameaça para algumas.

Estou firme e forte, terminando o primeiro semestre com minhas convicções alimentadas positivamente. Acredito no meu trabalho. O resto é resto.

6 comentários:

david santos disse...

Olá, Beth!
Há sempre quem queira, podendo, claro, tropeçar nos outros. De qualquer forma, isto não é dar nenhum conselho, cada um tem o dever de se libertar de preconceitos e seguir em frente com a consciência tranquila. O resto...
Parabéns.

Verônica disse...

É Beth, há vários tipos de pessoas que cruzamos nas nossas vidas: umas valem a pena, outras nem tanto e outras merecem indiferença.
O seu trabalho com as crianças é excepcional, quer pela sua dedicação, quer pelo seu conhecimento de causa, quer pelo respeito que vc. tem para com elas. Portanto, tais comentários devem ser tratados com absoluta indiferença, pois vc. sabe e nós sabemos que vc. é THE BEST!!! Parabéns pela perseverança na sua crença, ou seja, nos seus valores pedagógicos, no seu conhecimento (que não é pouco)e na sua perspicácia como ser humano, Bjos.
É.....acho q. sou sua fã kkkkkkkk

Nádia disse...

oi mãe!!
as pessoas tentam acabar com os outros, mas o imptte é isso mesmo, não levar em conta comentários totalmente desnecessários
bjus

Suelly Marquêz disse...

lysbeth, o mundo é dos que acreditam,
confio que se pela pedagogia do AMOR, que voce tem aplicado, seus alunos terão possibilidades melhores que os que não estão na sua periferia,
pois quem faz a humanidade são os que acreditam que o ser humano com oportunidades podem ser o que escolher,(abroaspaspra falr aqui daspessoas que acreditaram nos projetos de RUTH CARDOSO, que abrilhantouo governo de seu esposo com seu objetivos realizandoasobrassocias que nemsempre chegaram até nossas crianças, mas tevepessoas que acreditaram e produziram....)
parabens, amiga,
venceu mais esta etapa,
beijos,
EU ACREDITO EM VOCE!
a carruagem passa e os cães ladram....

Nelson Frediano Junior disse...

Professora Elizabeth!

Apenas uma coisa a considerar:
"Os cães ladram e a caravana passa".

Congratulações.

Nelson.

Anônimo disse...

OI, Bete!!!

" Viver "

É escolher,

É recomeçar

A cada dia.
Bjos
Icléa

Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp