sexta-feira, 8 de agosto de 2008

NÃO AO DIA DOS PAIS!

Uma homenagem aos meus alunos sobreviventes da dor. Crianças, cujos pais:

  • Desapareceram sem deixar vestígios
  • Partiram desta vida, mortos por acerto de contas
  • Assumiram seus filhos, separando-os de suas mães
  • Estão encarcerados
  • Casaram-se novamente e os esqueceram
  • Tiram dos cofres das crianças o dinheirinho ganho com tanto trabalho, nas feiras de sábado, como carregadores de sacolas
  • São agressores domésticos

Cujos padastros:

  • Desempregados e amargurados, cobrem seus enteados, meus alunos, de tapas nas costas, na cabeça e onde mais pegar
  • Não batem mas são causadores de surras homéricas nas crianças, por parte da mãe
  • Chamam-nos de burros
  • São tiranos

Meus alunos


Meus alunos, esses sim, são merecedores de dia especial, todos os dias. Detesto e sou contra as comemorações de dia das mães, dos pais etc na escola. Nesta semana, presenciei alterações de humor, sofrimento, rebeldia, incompreensão, já que o Dia dos Pais não lhes trouxe nada além de lágrimas.

VIVA O DIA DE MEUS ALUNOS: TODOS OS DIAS EM NOSSA SALA DE AULA!

2 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com vc! DIa dos pais é td dia.....heheheheh
Abaixo ao dia dos pais....e viva o dia dos alunos!!!kkkk
beijão!!
Juliana Rosso Frediano

Anônimo disse...

Querida Beth, me perdoe mas tenho um ponto de vista diferrente do seu sobre o dia dos pais. todos temos um pai, mesmo que não seja o biológico. às vezes é a mãe ou outra pessoa que faz as vezes de pai. COMO É O MEU CASO. comemorei o Dia dos Pais com meus filhos.
Beijos
Maria Cecilia
Diretora da E.E. Dalila

Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp