sexta-feira, 15 de agosto de 2008

PROFESSORA (CARRETEL) - FORT-DA (?)

Estamos em meados de agosto, duas semanas do reinício das aulas. Os primeiros dias do segundo semestre, com o retorno das crianças à escola, foram sofridos para mim. A classe voltou agitadíssima, violenta, lembrando-me os primórdios desse ano letivo. Angustiada, tentava entender o fenômeno. O que acontece com meus alunos, na volta às aulas? Por que tanta briga entre eles, novamente? Puxa, a maioria sabe ler, engatinha na escrita, esta indo bem em Matemática, já superou os momentos penosos da aprendizagem (no nível deles), o que seria, então? Que difícil...

Ontem, comentei o fato, rapidamente, com minha professora (no Sedes). Sua observação foi, no mínimo, surpreendente. Ela me disse algo do tipo: mas é o fort-da acontecendo. Então, eu respondi: Mas, estou sendo o carretel para meus alunos? Sou a professora carretel ? Bom, conversamos sobre isso e suas explicações iluminaram meus pensamentos. Naquele momento, senti-me aliviada - agora eu sei o que acontece com meus alunos. Confesso, esse alívio durou pouco.

O assunto da mãe(carretel), na brincadeira de seu filho de um ano e meio, observado por Freud (no jogo de seu neto), não está totalmente claro por mim. Ou melhor, não consigo apreender a ponto de fazer uma analogia com o comportamento de meus alunos. Ainda estou confusa, embora, estudando o tema.

De qualquer forma, por enquanto sinto-me aliviada em saber que há uma explicação (aceitável por mim), para as ações de meus alunos. A agressão tem um motivo. Vou estudar mais e entender mais. Em outro momento, quem sabe, trago mais informações sobre isso.

Ah...
Sugiro a leitura do artigo de Lucimara Oltramori Cezar (http://www.annex.com.br/artigos/lucianaoc21.asp). Quem sabe, pensando juntos, encontramos mais explicações para minhas questões.

Até mais...

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Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp