quarta-feira, 15 de outubro de 2008

DIA DOS PROFESSORES - DIA (MAIS UM) DE REFLEXÃO

Professor

Qual será o papel do professor na sociedade atual, na sociedade da informação? Nesse mundo globalizado?

Estamos, ainda, sob a égide do paradigma da modernidade, vivendo a crise de paradigma ou avançamos, estamos além, no pós-modernidade? Estamos num mundo pós-moderno, mas o nosso ensino (brasileiro), permanece na modernidade? O Iluminismo ainda dita nossa prática? Fragmentamos para conhecer? As relações sistêmicas (ainda) não importam?


Estamos, ainda, isolados dos nossos parceiros especialistas (Fundamental I), ou nossa prática já permite o inter, o trabalhar juntos, o planejar juntos, o caminhar lado a lado? Estamos como aquele professor distante, no papel de transmissor de informações, atuando só com aulas expositivas, ou já consideramos a relação entre os pares, entre os trios, entre os grupos, para a construção do conhecimento no aluno e pelo aluno. Já assumimos o papel de mediadores? Valorizamos e aceitamos a interação? Ou ainda depositamos informações sobre as crianças, sem permitir que ela própria participe de seu momento de aprender, nós como seres onipotentes, numa sala de aula.


Alunos sentados, enfileirados , engessados, semi-mortos, não pensantes, obedientes, não críticos, dependentes, não autônomos, passivos, não questionadores, receptivos, não ativos, submissos, curvados, fragmentados, cognitivos, não pessoas, não capazes, impotentes etc

Lousa lotada de conteúdos a serem copiados, letra cursiva, silêncio na sala de aula.

Cadernos abarrotados de cópias, cópias e mais cópias. Conteúdos, tabuadas, conceitos, respostas, soluções fornecidas pelo depositante. Para que pensar? A resposta sempre vem...

OU...

Alunos em pares, em trios em grupos, pensantes, ativos, questionadores, críticos, não mumificados, não mecanizados, não infantilizados, não bestializados, não reduzidos, alunos eretos, atuantes, falantes, movimentantes, vivos, ativos, inteiros, pessoas, capazes, competentes, realizadores, brilhantes, vanguarda.

Lousa com as conclusões construídas pelos alunos, com os conceitos construídos pelos alunos, resultados de debates, do pensar, do críticar, do analisar, do questionar, do não aceitar, do apagar, do reescrever, do avanço fundamentado.

Cadernos com atividades solucionadas pelo aluno, com o resultado do pensar, do tentar, do errar e do acertar. Cadernos rasurados, com branquinhos, com letra feia, com letra bonita, com folhas rasgadas parcialmente (professora, fui apagar e rasgou...), sem folhas arrancadas, espelho do dia a dia, do trabalhar, do efetuar, do realizar. Cadernos coloridos, cadernos em branco em preto, cadernos em azul e branco (branco do branquinho, literalmente), cadernos vivos, com folha caindo, com a capa saindo, caderno de Matemática, de Leitura e Escrita, de Lição de Casa e só.

O caderno do meu filho quase não tem lição...

Mas teu filho aprendeu a pensar, mãe. O que tem no caderno é o resultado de seu pensar.

O caderno do meu filho não tem cópia de textos...

Não tem e nunca terá, não comigo. O livro é consumível, ele faz as atividades no próprio livro. Os textos, do Livro de Textos, servem para leitura e não para cópia. Copiar?? Quem disse que se aprende a escrever copiando? Que se aprende a pensar, copiando? Ou copiando textos enormes??

Meu filho escreve tudo em letra de forma.

E vai escrever assim até que saiba ler aquilo que escreve. Não adianta escrever em letra cursiva, sem saber ler o que está escrito.

O caderno do meu filho está todo rasurado e sua letra é muito feia.

Calma, mãe. Teu filho é muito inteligente, o caderno rasurado apenas indica que ele trabalha em sala de aula, e a letra feia que ele escreve como pode, como sabe. Com o tempo, ele mesmo vai melhorar a aparência de seu caderno e de sua letra. Uma coisa de cada vez. Agora ele precisa saber que pode aprender, que consegue, que é capaz de ler e de escrever. O arroz que a senhora fez, na primeira vez, saiu perfeito, gostoso, soltinho?


As aparências enganam. Mas só quem sabe é que percebe.

Uma pergunta: como fica a educação bancária na cidade, se os bancários de São Paulo estão em greve?

Um comentário:

Suelly Marquêz disse...

Beth, parabens!
no mundo atual vivemos diante de muitas expectativas, ,após modernidade está aí com as relações multi funcionais exigindo das pessoas a dedicação de um dinamismo que o tras de volta ao pensamento construtivista, de que o homem é o contrutor do proprio homem, este é o seu ideal diario voce se depara com a dualidade na medotodologia, mas o que vale é o seu Feeling, A SUA alma, QUE DESEJA CONSTRUIr OS HOMENS E MULHERES PARA UM MANHÃ DE PAZ HARMONIA EDUCAÇÃO SABEDORIA SAUDE ETICA MORAL E COMIDA NA MESA TODOS OS DDIA,
BEIJOS PROFESSORA BETH!

Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp