terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

NASCI ASSIM!

Na hora do lanche

___ Professora, por que ele é assim? (Aluno meu referindo-se ao garoto com os membros atrofiados).

___ Bom, porque....Quer responder, DG?

DG olhou para mim, deu um sorrisinho maroto e disse:

___ Porque eu nasci assim. Eu nasci assim.

____ Ah, tá. Mas, por que você nasceu assim?

DG olhou para mim, levantou os ombros como a dizer: não sei!

Aí, eu entrei na conversa, mesmo sem saber direito o que responder, já que os dois, com o olhar, pediram minha participação.

___ Nascemos diferentes, uns dos outros, mas DG nasceu um pouquinho mais diferente.

Eu não sabia o que falar e fiquei grata por eles não me perguntarem mais sobre a anomalia física de DG. Por aquele momento eu fui salva, literalmente, pelo gongo - o sinal do término do recreio, fez com que mudássemos de assunto rapidinho.

Outras perguntas surgirão, sobre esse assunto. Será?

___

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Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp