sábado, 21 de março de 2009

SEM META, SEM BÔNUS - MAIS QUE JUSTO!

Quase sempre, ultimamente, entro no site da Secretaria da Fazenda na esperança de ver algum din din, que cairá em minha conta corrente num momento futuro, para me salvar. Mas, o din din não vem. Não vem e não virá. Minha escola não alcançou a meta estabelecida pelo IDESP. Pior que isso, regrediu em seu ensino, com relação ao ano de 2007. Nosso resultado foi menos que a metade do produzido em 2007. Sentirei a falta do din din, mas tenho certeza que o índice é super justo, no tocante ao resultado da escola onde leciono - sem trabalho não há resultado positivo, o aprendizado não é fruto de um milagre, mas de esforço diário, prática refletida e planejada.

Em 2008, ouvi com frequência: minha única preocupação e com a aposentadoria ou, ainda, estou a pouco tempo de minha licença prêmio. Pra que trabalhar? Já estou me aposentando, mesmo! Essas e outras afirmações estiveram presentes em nosso cotidiano escolar, em 2008.

Bom, embora não tenha nada a ver com a vida de cada um, penso o seguinte: e as crianças que estiveram sob a tutela escolar dessas minhas colegas professoras? E o prejuízo em sua vida escolar, quem arcará com eles? Certamente, as próprias crianças. Não sou santinha, longe de mim, mas responsabilidade com a vida alheia, e com o dinheiro público, tem que estar presente em minha vida, diariamente. No mínimo, é isso que eu devo ao Estado, sou remunerada para fazer um bom trabalho, senão, penso, caio fora. Não recebo por algo que não fiz.

Minha escola esteve abandonada, o fruto desse descaso está nos resultados do IDESP, nas páginas de qualquer jornal ou no site da Educação, para qualquer um ver. Sinto-me envergonhada com isso? Não! Apenas sentirei falta de um dinheirinho a mais na minha conta. Trabalhei em 2008? Trabalhei e muito. Meus alunos, saídos de uma quarta série PIC, estão belos e fortes na primeira série do ensino fundamental II. Fiz o que me competia? Sim! Tenho certeza disso.

Sem meta, sem bônus. Mais que justo!
Essa situação não tira o meu sono, nem me torna indigna! Reflete sim, uma realidade que era ruim de ver: o abandono de uma escola (pública) por seu grupo (alguns) de educadores.

Um comentário:

Anônimo disse...

poxa, q pena! mas a análise deveria ser feita por sala, não por escola, pois há pessoas q saem prejudicadas.
bjus

Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp