quarta-feira, 14 de abril de 2010

A MINHA BARRIGA

Sério, deve ter doce na minha barriga (não dentro, mas em volta dela). Os meus alunos chegam e se agarram em mim, ficam abraços, com a cabecinha bem apertada à minha barriga. Eu sinto a força do abraço. Isso ocorre todos os dias. Eu morro de rir quando lembro disso, porque é uma cena (também) engraçada. Soares, hoje, me abraçou, me abraçou, me abraçou, e ficou grudado em mim (na barriga), um bom tempo. Nossa, é muito interessante.

Não sou uma professora boazinha. Sou brava, tenho certeza disso. Sou inflexível, às vezes. Hora de explicação é hora de silêncio total. Ouvimos o bater das asas de uma mosca (tá, exagerei). Às vezes acho que pego pesado demais, mas, percebo que meus alunos gostam de mim e seus pais, em sua maioria. Há gratidão, também. Existe, sim, uma realização muito grande, minha, dos pais e do aluno, pela conquista da leitura e da escrita, mesmo que, ainda, sem autonomia.

Olha, o trabalho é bem nos bastidores. Mas, gente, é tão bom, bom demais saber que eles estão indo bem.

É bom saber que minha barriga é tão acolhedora, para meus alunos.

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Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp