quinta-feira, 8 de abril de 2010

O ABRAÇO DE MEUS ALUNOS

Eles chegam correndo. Outras vezes, bem devagar. Aí, encostam suas cabecinhas na minha "barriga", tentam lançar seus braços na minha cintura e se soltam, num abraço bem apertado. Aí, chega um, mais um, mais um e quase me derrubam. Alguns, os mais discretos, vergonhosos, abraçam sozinhos, quando eu menos espero.

Hoje, por exemplo, recebi um abraço da Camila.

__Vamos, Camila, eu dou a mão para você e juntas entramos na corda para pulá-la. Ela conseguiu. Pulamos. Sem esperar (eu não esperava), ela se jogou na minha "barriga" e me deu um abraço tão forte que me emocionou.

___ Vamos de novo, Camila.

Fomos de novo, entramos na corda, pulamos e...nova emoção, novo abraço apertado, nova alegria.


Estou desanimada e cansada. Sinto-me traída por algo que aconteceu e não foi previsto. Algo do tipo: mudança das regras do jogo, no segundo tempo. Política, política, política. Sinto-me prejudicada. Reclamar foi em vão. Resultado do estresse: o corpo cansado. Aliás, muito cansado. Mesmo assim, cumpro o que me propus. Mas, quando recebo um abraço desses, como da Camila, meu Deus, recupero, por um momento, minhas energias para trabalhar num sistema que se tem mostrado cruel.

Meus alunos...
Seus abraços...
Minha força

2 comentários:

Nádia disse...

poxa, é isso ae, todas as dificuldades são recompensadas em alguns momentos, né!

Unknown disse...

que post mais lindo!
emocionanete...
abraço de criança eh muito muito bom e revigorante neh!!
:)
felizes somos nós que trazemso felicidades à elas que nos abraçam com tanta sinceridade!
mto bom
:)

Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp