quarta-feira, 19 de maio de 2010

É ERRADO TAMBÉM?

Felipe disse:

Beth, mas os pais não podem complementar os ensinamentos do professor? Por exemplo, eu posso ensinar minha sobrinha de um jeito que eu acho mais fácil ? Desta forma, ela está fazendo, aprendendo, mas de outro jeito. É errado também?


Na minha concepção, sim.
Penso que lidar com erro e, principalmente lidando com ele, conseguimos o acerto. É importante que o pai acredite no trabalho da professora. Mas, como saber dele? Simples, vá à reunião de pais. Não falte em nenhuma e, se isso não bastar, vá à escola conversar com a professora de seu filho, sobrinha, irmã etc.

No meu caso, percebo que, de longe, a criança que tem a permissão de fazer sua lição de casa sozinha, avança mais rapidamente em sala de aula. Isso está claro, nítido, definido entre meus alunos. Há mais segurança em lidar com o erro, há menos medo de dizer - Professora, eu não entendi!

Uma mãe perguntou na reunião de pais: recortar pro filho pode? Não, eu disse, não pode. Outro: localizar a resposta pro filho, pode?? Não, não pode. Apontar lápis pro filho pode??? Nem pensar!!!

Sou mãe, passei por isso, errei nisso, acertei, também. Sei a dificuldade em se lidar com o não saber do filho. Mas, o não saber trará o saber, o conhecimento. Os pais, alguns deles, precisariam confiar mais em seus filhos e na professora. Isso bastaria? Não sei, mas que ajudaria, ajudaria muito.

Incrível, quando o pai confia em mim, o aluno avança, voa. Quando o pai sequer comparece às reuniões programadas, o filho tende a não ir bem como poderia.

Tudo é importante.
Lição de casa é importante? Sim, muito.
Reuniões dos pais é importante? Barbaramente importante.

Sou um pouquinho radical, sei disso. Mas, por mais que eu pense sobre, que eu reflita sobre, que eu viva a situação, minha opinião não muda, lição de casa deveria ser feita, totalmente, pelo aluno

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Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp