domingo, 20 de abril de 2008

POR POUCO...

Gente
Ontem aconteceu uma coisa muito assustadora na saída da escola: um aluno e seus pais me esperavam na secretaria. Quando eu me aproximei, o aluno me indicou como sendo sua professora. Aí a mãe, pergunta de forma intimativa: eu vim aqui para saber pq a senhora chamou meu filho de Filho da P.... (!!!!!!!!!!).

Eu vi aquela mulher em posição de ataque e pensei: agora eu apanho.
Como eu não sabia o que estava acontecendo, pedi para que a família, incluindo o irmão caçula e a cachorra vira-lata, entrasse na escola. Sugeri que esperássemos a diretora, para acompanhar nossa conversa. A mãe respondeu:

__ Por que esperar a diretora? Meu assunto é com a senhora, a senhora é que tem que me explicar o que aconteceu.

Respondi:
__Melhor ter a presença da diretora...

Então, a mãe (que Deus a conserve), responde:
___Vamos resolver isso de uma vez, comigo é assim: eu mato ou morro pelos meus filhos, mato ou morro!

Sem demonstrar medo algum, embora em vias de infarto, respondi:

___ Eu também, mato ou morro pelos meus filhos.

Bom, entramos. Ofereci o banco para que ela se sentasse. Gentilmente, ela me respondeu:

___Prefiro ficar em pé!

Eu, mais que depressa, sentei no banco. Não pensem vocês que estava cansada, eu simplesmente não agüentava mais disfarçar o tremor de minhas pernas já começava a dar nas vistas...

Bem, papo vai, papo vem, consegui contornar (sozinha) a situação. Contei para a mãe os benefícios do meu trabalho para seu filho e o desperdício do tempo (dele) já que a criança era indisciplinada (danada, mesmo), em sala de aula. A mãe assustada depois de meu relato, agradeceu o esclarecimento e, após a conversa com a diretora em minha presença, foi embora pedindo desculpas, prometendo conversar sério com seu filho.

Antes disso, ao ser questionado pela diretora sobre o momento que eu o xinguei, ele respondeu:

__A professora me xingou quando eu estava fazendo lição!
Diante dessa verdadeira resposta, a diretora pergunta:

__Quer dizer que você estava sentadinho na sua cadeira, fazendo sua lição, quando a professora chega e diz: seu filho da P...?

O santo menino respondeu:

___Isso mesmo, eu estava fazendo a lição e a professora chegou e me xingou de ...(vocês já sabem, né?).

Nossa, a diretora, diante do crime (sim, pq calúnia é crime), colocou um basta:

___Sabe, calúnia é crime e você está caluniando sua professora. Sua sorte é que você é criança, uma santa criança (isso ela não disse, eu que escrevi aqui, para dar mais tchan à cena), e não pode ser acusado de nada. Agora, você deveria pedir desculpas para sua mãe e sua (santa) professora (euzinha). Como final feliz, eles foram embora após as devidas desculpas e eu me refugiei no banheiro, por um longo tempo, agradecendo aos céus de ter saído ilesa dessa situação.

Que barra...vixe!!!

Nenhum comentário:

Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp