sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

SARESP-2008

Depois de algum tempo sem escrever no blog, retorno à ativa. Estava eu sem internet etc, mas agora, aparentemente, tudo se acertou. Colocarei em dia alguns assuntos pendentes e importantes. Impossível não começar pelo Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo - SARESP.

Minha classe (em 2008) era composta por repetentes da quarta série. Recebi os meus alunos, na regra, em estado precário, emocional e cognitivo. Quem acompanhou minhas postagens, durante esse ano sabe bem do que estou falando.

Bom, no dia da prova (SARESP), de Português, meus alunos engessaram-se no momento da produção de texto. Na verdade, eles demonstraram o que sabiam nesse sentido, ou seja, muito pouco. De tudo o que trabalhamos, confesso que o trabalho da escrita de textos não trouxe os resultados esperados. Meus alunos ainda tinham muita vergonha de mostrar o que escreviam, não se sentiam seguros e com poucos eu consegui trabalhar diretamente. Mesmo assim, sua criatividade era demonstrada na escrita de textos coletivos ou nas experiências de textos individuais, onde a segurança não foi estabelecida. Nesse sentido, o resultado ruim no SARESP, na redação, não me surpreendeu.

Surpresa eu tive...

Com a professora que aplicou a prova aos meus alunos. Falando por cima, ela os ameaçou (Vou chamar a polícia para vocês!), os constrangeu (Seus idiotas!!) e os intimidou (Vou denúnciar vocês no Conselho Tutelar!).

Dias antes da prova, eu conversara com meus alunos e dissera que a professora aplicante do SARESP seria gentil, agradável, simpática etc. Para nossa surpresa e prejuízo dos meus alunos, ela foi um terror. Meus alunos, no dia seguinte à prova, correram a relatar os absurdos praticados por aquela que tem a função (e é paga por isso), para fazer um trabalho legal e tratar bem os alunos, inclusive, alunos de outra professora (meus, no caso).

Lamentando o ocorrido, tranquilizei meus alunos informando que aquela avaliação era, na verdade, para o ensino público. Eles estavam sendo os instrumentos de medição, aferição etc. A nota que eles tirarem, se negativa, não os reprovará de ano. No SARESP, quem reprova de ano é o professor, a escola, o sistema, o ensino, jamais o aluno.

De antemão, informo que sou a favor do SARESP e sua aplicação, embora pense que os professores aplicadores devam ser mais preparados.

Professora Elizabeth

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Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp