terça-feira, 5 de maio de 2009

ESPELHO MEU...

O interessante é que entendo mais de mim à medida que entendo deles. Seus olhares, suas lágrimas, seus abraços, seus chamados, seus sorrisos. Arrisco-me a dizer que entendo mais deles do que de mim. Projeção? Identificação? Transferência? Simples empatia?

Eles choram e eu me preocupo. Eles fazem "bico" (decepcionados, frustrados), e eu brinco para que logo seus sorrisos venham, mostrando a falta dos dentinhos da frente. Eles me abraçam, quando eu passo, e eu vejo somente as duas mãozinhas na minha cintura. Só quando me viro, identifico o rostinho a sorrir para mim.

Certamente, resgato quem sou, diariamente, ao entrar em contato com eles, meus lindos alunos de seis/sete anos.

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Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp