domingo, 10 de maio de 2009

MAUS ELEMENTOS!

É, pq o Dg está no fundo da sala rodeado de maus elementos. Eu não quero que ele se torne um marginal, por isso vim disposta a tirá-lo dessa classe e transferi-lo de escola!

Essa foi a fala de uma avó, na reunião de sexta feira (pais e professora).

__ Maus elementos? Desde quando crianças que recém completaram seis anos são maus elementos?

__ Ah são sim, você que pensa...

__ Vó, deixa eu explicar: o teu neto está rodeado de crianças que tiraram nota 10 nas disciplinas. Teu neto vira-se e conversa com quem está sentado atrás dele. Uma criança que já sabe ler e escrever não será prejudicada, por enquanto, com o bate-papo do Dg. Ao lado dele, quando sentado em trio, eu coloco alunos que estão em nível próximo ou similar de conhecimento. Em duplas, a mesma coisa. Assim, na troca de informações, durante a realização de uma tarefa, um ajuda o outro e todos evoluem.

___ Sei...

___ Alem disso, vó, eu não coloco sentado na frente aqueles que superaram as dificuldades, que já avançaram. Ao contrário. Quanto mais dificuldade tem, mais perto de mim fica, justamente por exigirem maior atenção minha. Na frente também sentam aqueles com problemas para enxergar. Tenho dois alunos que sofreram cirurgia nos olhos e um que tem 16 graus em seus óculos. Bom, a avaliação desses alunos (a sondagem) vai determinar onde (aonde) eles sentarão e com quem.

___ Ah, é??

___ É, vó. Embora teu neto seja portador de deficiência física, com necessidades educacionais especiais, ele tem evoluído no mesmo nível da classe, superando inclusive alguns alunos ditos normais. Teu neto está indo muito bem. A única questão é que ele conversa demais...

___ Ummmm...

___Mas, vó, sinta-se à vontade para transferi-lo de escola. A decisão é tua. Embora ele esteja enturmado, a criançada goste muito dele e eu também, caso queira, tranfira-o.

___Não, não. Já mudei de idéia!

___ Vó, lembre-se de uma coisa: não há maus elementos na minha classe. Apenas crianças com seis anos de idade...

Nenhum comentário:

Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp