sábado, 26 de junho de 2010

MEDO DE ESCREVER (MEDO DE DIRIGIR)

Nesses dias eu me vi no meu aluno. Estávamos realizando a escrita de um texto (Continue a história) e ele simplesmente congelou: professora, eu não sei escrever!

__ Como não sabe, Quinho? Um pouquinho você sabe sim! Faça como você puder.

E ele ficou lá, parado. Sei o processo, vivencio isso quando pego meu carrinho para digirir:

___ Filha, não lembro mais, deu branco.

___ Mãe, é lógico que você sabe. Fica calma e liga de novo teu carro (nessas alturas, já sepultado).

___Quinho, vamos...

Quinho fica bravo, faz um bico enorme, cruza os braços, abaixa a cabeça e chora. Sempre é assim, mas não precisa ser assim. Chego perto dele, falo baixinho, só pra ele ouvir: Você consegue, eu posso apostar. Mas se você ficar aí de cabeça baixa, braços cruzados, não vai conseguir mesmo. EU SEI que você pode, vamos, tenta...

___Mãe, tenta de novo, relaxa, respira fundo, liga o carro...

Quinho não gosta de errar, por isso ele não tenta. Eu também não gosto de errar, tenho vontade de sair do carro e desistir. Vamos mãe! Vamos Quinho!

Aprender dói. Sofremos sim. Sofre mais quem não quer errar, quem não se dá esse direito. É o meu caso, seria o caso do Quinho?? Seria o teu caso??

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Construção

Construção
O eu, escreveu Lacan, constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu. O olhar do outro devolve a imagem do que eu sou. O bebê olha para a mãe buscando a aprovação do Outro simbólico. O bebê tem que (é obrigado a) se “alienar” para que se constitua um “sujeito”. Porém só quando o bebê perde o objeto do seu desejo (mãe/seio) é que ele verifica que sua mãe não faz parte do seu corpo e não é completo (completude). Esta perda/separação vem por meio do “Significante Nome do Pai” que são as leis e limitações naturais da vida (trabalho, individualidade etc.). http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/24/artigo70925-1.asp